Outro trabalho de história....
Loja de Rapé
Vem Lucas, vem Pereira
Vem Damião, vem José
Tragam os baldes de madeira
Lá pra loja de Rapé
Pela rua vendendo o pó
Vão Pereira e Damião
Calça cheia de nó
Pés sujando o chão
O militar canta Zuleima,
Negra dos quadris altos,
Irritante em sua teima
Dos numerosos assaltos
“Sabe o que o sinhozinho é?”
Diz a escrava sem titubear
“É uma caixinha de rapé”
E sai ao gargalhar
Os cestos sobre a cabeça
O filho a tira-colo
Tem que vender antes que amoleça
O doce de coco e o bolo
“Preto, me dê o tabaco”
Ordena seu Miguel
Mais interessado no casaco
Do que em ir para o céu
Sai o escravagista
Lucas vende mais pó
Perde José de vista
Nunca se sentiu tão só
Sai do mercado então
Para encontrar o amigo
Ou talvez Damião
Ficar sozinho mora o perigo
Isso porque o sinhozinho
No alto da sua sabedoria
Acha que negro sozinho
É pessoa vadia
O sol se despede
O mercado esvazia
“Suor de negro fede”
Pensa a Sua Senhoria
Militar fica sozinho,
Os negros amaldiçoa,
Cheira seu pózinho
“Eta, coisinha boa!”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário